domingo, 28 de outubro de 2012


Princípios e Métodos de Secagem
Secagem é método pelo qual a água ou de qualquer outro liquido é removido de um material. Esse conceito também se aplica as operações de evaporação, que é a concentração de soluções liquidas. A secagem pode ser considerada um método de conservação de alimentos por diminuir valor de umidade de água. Durante a secagem é necessário um fornecimento de calor para evaporar a umidade do material e também deve haver um sorvedor de umidade para remover o vapor água, formado a partir da superfície do material a ser seco.
Existem vários métodos que podem ser utilizados para fornecer calor para o material,
assim é muito difícil classificar todos os métodos de secagem.

·      Secagem por Convecção
Este é um dos métodos mais comuns, onde o calor sensível é transferido para o material por convecção. O agente de secagem (ar pré aquecido) passa sobre ou através do sólido, evaporando a umidade e transportando-a para fora do secador. Tendo em mente o aumento da eficiência térmica e a economia de energia, uma recirculação total ou parcial do ar de secagem é também muito utilizada. As condições de secagem podem ser controladas pela temperatura e umidade do ar aquecido.

·         Secagem por Condução
Se o material a ser seco é muito fino ou muito úmido, este método é o mais apropriado. O calor é fornecido ao material úmido por condução (contato) de superfícies aquecidas, que suportam ou confinam o material, tais como: bandejas, placas, cilindros ou paredes de secadores. A temperatura do material é maior do que na secagem por convecção e os coeficientes de transferência de calor do material para a superfície aquecida e da superfície aquecida para o ar aquecido governam o total de calor transferido para o material.

·         Secagem por Irradiação
A energia térmica pode ser suprida através de vários tipos de fonte eletromagnética. Tendo-se que a penetração da radiação infravermelha é baixa, a secagem por radiação é geralmente usada para materiais finos, tais como filmes, pinturas e coberturas. Radiadores de baixa temperatura e lâmpadas de quartzo de alta temperatura são geralmente empregados como fonte de radiação infravermelha (Figura 20). Na secagem por radiação, o transporte de umidade e a difusão de vapor do sólido seguem as mesmas leis que a secagem por condução e convecção.

·         Secagem Dielétrica
Embora a maioria dos materiais úmidos, especialmente quando quase secos, sejam pobre condutores de rádio-freqüência na faixa de 20 Hz, a impedância de tais materiais permite que se tenha aquecimento elétrico como uma técnica factível. O material é posto em um campo eletromagnético de freqüência muito alta (na região de radio-freqüência ou microondas) que varia rapidamente de direção, causando a mudança de orientação nos dipolos de líquidos dielétricos ou polares. Esta mudança provoca uma geração de energia devido à fricção molecular. Desde que a constante dielétrica (que é proporcional à geração de calor) da água líquida  consideravelmente maior que materiais sólidos a serem secos, calor é produzido nas partes úmidas dos materiais. Assim a secagem dielétrica é uma boa escolha quando há pequenas variações de umidade no material a ser seco, e não há maiores estresses na secagem. A técnica é muito cara, e poucas aplicações industriais foram reportadas.

·         Secagem por Liofilização
Este método baseia-se na sublimação da água congelada do material colocado em uma câmara de secagem onde a pressão é abaixo do ponto tríplice da água. A energia requerida é geralmente suprida por radiação ou condução de bandejas aquecidas a taxas nas quais a temperatura do material não ultrapasse o valor de 0°C. A umidade sublimada se condensa em placas refrigeradas localizadas em uma câmara do secador longe do material ou em um condensador separado. Este método é utilizado quando o material a ser seco não pode ser aquecido, mesmo com temperaturas baixas. Como uma regra, a secagem liofilizada é a que menos agride o material, produzindo um produto de melhor qualidade dentre todos os outros métodos. Entretanto, este método é muito caro, pois as taxas de secagem são baixas e usa-se o vácuo. A secagem liofilizada é utilizada para desidratar alimentos com dificuldades na secagem convencional, como aqueles que não podem ser aquecidos mesmo com temperaturas amenas, tais como: café, cebola, sopas, frutas e certos produtos do mar.

·         Secagem por Vapor Super Aquecido
Neste processo, o secador é preenchido com ar quente e tem início a convecção. No decorrer do processo, a umidade evaporada começa a circular juntamente com o ar quente. Isto faz com que a pressão interna aumente e ative uma válvula de controle de pressão, a qual regula qualquer sobrepressão, retirando gradualmente o ar ainda presente no secador, fazendo com que a secagem ocorra no contato com o vapor superaquecido.

·         Secagem em Leito Fluidizados Ativos
Este método consiste na imersão do corpo sendo seco em um leito de uma substância dissecante, fluidizada pelo ar . O mecanismo de transferência de umidade da superfície do material para o leito dissecante possui uma natureza penetrativa; a força de secagem do processo é uma diferença entre a conteúdo de umidade do material dissecante em equilíbrio com a superfície e o centro do leito fluidizado.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

POP e PPHO, qual a diferença?

Ambos são similares e utilizados como padrões a serem seguidos dentro das organizações.

Procedimento Operacional Padrão (POP') (em inglês: Standard Operating Procedure) é uma descrição detalhada de todas as operações necessárias para a realização de uma atividade, ou seja, é um roteiro padronizado para realizar uma atividade.

Procedimentos Padrões de Higiene Operacional (PPHO)
São procedimentos descritos, desenvolvidos, implantados e monitorizados, visando estabelecer a forma rotineira pela qual o estabelecimento industrial (setor alimentício) evitará contaminação direta ou cruzada e a adulteração do produto, preservando a sua qualidade e integridade por meio da higiene antes, durante e depois das operações industriais.

Procedimentos Padrões de Higiene Operacional (PPHO). Os PPHO são alguns itens da BPF que, por sua importância para o controle de perigos, foram acrescentados de procedimentos de monitorização, ação corretiva, registros e verificação, para realmente possibilitar um controle efetivo. Fazem parte do PPHO, os programas de qualidade da água, higiene de superfície de produto, prevenção de contaminação cruzada, higiene pessoal, proteção contra contaminação do produto, identificação e estocagem de produtos tóxicos, saúde dos manipuladores e controle integrado de pragas.
Os PPHO constituem uma extensão do Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/ Industrializadores de alimentos (MINISTÉRIO,1997), e visam reduzir ou eliminar riscos associados com a contaminação.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Auto-oxidação dos Lipideos

A rancificação auto-oxidativa é umas das principais reações de deterioração dos alimentos já que implica no aparecimento de sabores e odores anômalos, conhecidos genericamente como ranço. A oxidação de gorduras também é conhecida como auto-oxidativa ou rancificação auto-oxidativa devido ao seu caráter autolítico.
Os ácidos graxos insaturados são as principais substratos dessa reação, por possuir duplas ligações, sendo elas os centros ativos que reagem com o oxigênio. Estando livres os ácidos graxos insaturados se oxidam em maior velocidade do que fazendo parte de triglicerídeos ou fosfolipídeos.
O efeito nocivo das reações de oxidação podem ser minimizados basicamente com refrigeração, acondicionamento e armazenamento corretos, em bora as reações não cheguem a deter-se por completo já que a auto-oxidação requer de energia de ativação reduzida.

Efeito da irradiação nos microrganismos

Os íons reativos produzidos pela irradiação dos alimentos danificam ou destroem os microrganismos imediatamente alterando a estrutura celular e afetando a sua atividade de enzimas metabólica . O efeito mais importante é o no acido desoxirribonucleico (DNA) e moléculas de acido ribonucleico no núcleo das células, necessárias para crescimento e replicação.
A velocidade de destruição de células individuais depende da velocidade com a qual os íons são produzidos e interagem com o DNA. Da mesma forma que os outros métodos de conservação de alimentos a velocidade de destruição varia com a especie do microrganismo, algumas bactérias possuem mais de uma molécula de DNA, enquanto outras são capazes de reparar rapidamente o DNA danificado. Consequentemente, a velocidade de destruição não é linear a dose recebida.
Uma regra simples é aquela em que quanto menor e mais simples for o microrganismo maior é a dose de irradiação necessária para sua destruição. Os vírus são muito resistentes a irradiação e pouco provavelmente serão afetados pelas doses utilizadas comercialmente.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Conservação pelo frio: Refrigeração e Congelamento

O efeito conservador do frio baseia-se na inibição total o parcial dos principias agentes responsáveis pela alteração dos alimentos: crescimento microbiano, atividade metabólica dos tecidos animais e vegetais. Permitindo prolongar a vida útil doa alimentos com alterações minimas em suas características nutritivas e organolépticas.
A Refrigeração é a redução e manutenção da temperatura dos alimentos acima de seu ponto de congelamento, sendo das temperaturas mais usadas estão entre 8° C e -1ºC. Prolonga a vida útil por um período limitado de tempo, em geral dias ou semanas. Geralmente é utilizado em combinação com outras operações unitárias, como no caso do leite pasteurizado. Para que seja efetiva é preciso que a matéria-prima seja de boa qualidade, devendo ser aplicada logo apos a colheita, sacrifício ou processamento dos alimentos. Os microrganismos geralmente envolvidos nas alterações de alimentos refrigerados são os psicrotróficos.
O Congelamento é a operação unitária na qual a temperatura de um alimento é reduzida a baixo do seu ponto de congelamento e uma proporção da aguá sofre mudança no estado formando cristais de gelo. Essas formações de cristais de gelo é uma das principais causas de certas modificações indesejáveis dos alimentos durante o congelamento, sendo seu maior efeito o dano causados nas células pelo crescimento dos cristais. Os tecidos animais sofrem menos danos que os vegetais. Existem 2 tipos de congelamento:
  1. Congelamento lento: aumento no tamanho dos cristais; rompimento de células; desidratação da célula; colapso celular; o alimento amolece; ocorre perdas por gotejamento.
  2. Congelamento rápido: cristais de gelo menores; danos físico também menores; desidratação minima; textura é mantida; é o mais indicado.

Escurecimento não-enzimático

A intensidade das reações de escurecimento não-enzimático em alimentos depende da quantidade e do tipo de carboidratos presentes, e em menor extensão, de proteínas e aminoácidos. Estas reações em alimentos estão associadas com aquecimento e o armazenamento e podem ser divididas em: Reação de Maillard e Caramelização.
A Reação de Maillard envolve açucares redutores e aminoácidos, o principal açúcar redutor utilizado nessa reação é D-glicose, mas também pode ocorrer com o acido ascórbico, vitamina K e ortofenois, para os aminoácidos podemos destacar a lisina como sendo um dos aminoácidos mais envolvidos na reação. Produz melanoidinas e aromas característicos, podendo ser desejável pela melhoria da aparência e do "flavor" como no caso de carne de peixe assado, ou indesejável como no caso do leite e derivados. O envolvimento de aminoácidos, proteínas e acido ascórbico na reação faz com que diminua o valor nutritivo do alimento, sendo quase sempre uma reação indesejada.
A Caramelização envolve a degradação de açucares sem a presença de aminoácidos ou proteínas. Ela ocorre através do aquecimento do açúcar a altas temperaturas, fazendo com que eles sejam pirolisados para diversos produtos de degradação e alto peso molecular e escuros denominados caramelos. Sendo favorecidas por ácidos e certos sais, ocorrendo em maior velocidade em meios alcalinos.